terça-feira, 16 de abril de 2013

Madonna é acusada de trabalhar ilegalmente durante shows na Rússia.

Um deputado russo, autor de uma polêmica lei "anti-gays" em São Petersburgo, acusou nesta terça-feira a cantora americana Madonna de ter trabalhado ilegalmente durante dois show que fez na Rússia em 2012, durante os quais defendeu os homossexuais e as Pussy Riot.

"Em agosto de 2012, o tipo de visto de Madonna permitia a ela realizar atividades humanitárias e culturais, mas não comerciais", declarou à AFP Vitali Milonov, deputado local do partido governante Rússia Unidade.

Trata-se de um visto de três meses a título de "intercâmbios culturais", ou seja, "um visto que não permite trabalhar ou ganhar dinheiro na Rússia", explicou o deputado.

No entanto, Madonna fez dois shows, um em São Petersburgo e outro em Moscou em agosto, "nos quais ganhou milhões", afirmou Milonov.

Durante estes shows, a estrela do pop defendeu a causa gay e deu seu apoio às três cantoras punk do grupo Pussy Riot, condenadas por terem criticado o presidente Vladimir Putin.

Organizações ultranacionalistas russas apresentaram uma demanda perante um tribunal de São Petersburgo exigindo da cantora 333 milhões de rublos (8,5 milhões de euros) por perdas e danos, mas a ação foi rejeitada.

Uma lei adotada em fevereiro de 2012 em São Petersburgo por iniciativa de Milonov castiga nesta região qualquer ato público que promova a homossexualidade e a pedofilia, um texto denunciado pelos defensores das liberdades.

link:

http://musica.uol.com.br/noticias/afp/2013/04/16/madonna-e-acusada-de-trabalhar-ilegalmente-durante-shows-na-russia.htm

A verdade por trás do universo sertanejo, “universitário” ou não

 
Por trabalhar há quase duas décadas lidando com o show business como jornalista/editor/redator-chefe em revistas “físicas”, escrevendo aqui no portal do Yahoo! e, mais recentemente, botando minha cara e minhas opiniões sinceras em programas de TV, acabei aprendendo e descobrimento uma série de macetes para entender como funcionam os meandros da carreira dos artistas em geral. Por outro lado, até hoje fico espantado com a ingenuidade do público em relação ao meio artístico e, principalmente, aquilo que se convencionou chamar de “sucesso”.
A própria palavra nos dias de hoje adquiriu um sentido completamente diferente do que era no passado, acompanhado agora por um olhar muito mais frívolo e descartável por parte do público. “Sucesso” significava vender muitos discos, fazer turnês concorridas e estabelecer uma carreira estável e bem equilibrada, não importando o som que o artista fazia. Hoje a palavra se tornou tão banal que vale para qualquer coisa: ter vídeo com milhares de acessos no You Tube (mesmo que falsos), aparecer diariamente em sites de fofocas sem ter feito algo que preste em termos artísticos, ser alvo de chacota por parte do próprio público... Tudo é “sucesso”!
Frequentemente sou abordado nas ruas e várias vezes questionado a respeito de alguns detalhes e situações deste universo. Como disse anteriormente, fico surpreso com a ingenuidade com que as pessoas enxergam este mundo considerado “à parte” pelo povaréu. Explico pacientemente a estas pessoas que tal “mitificação” do meio artístico é um grande erro, já que as pessoas são seres humanos normais, como todo mundo, com defeitos e qualidades. É lógico que muito artista acredita estar acima dos mortais, mas aí é questão de prepotência e egolatria de cada um. O que procuro mostrar, em poucas palavras, é que o meio artístico tem as mesmas características de outros setores profissionais.
Veja, por exemplo, o caso do meio “sertanejo”, seja ele “universitário” ou não. É um universo tão cheio de falcatruas, puxadas de tapetes, fofocas, espionagens, subornos e situações eticamente deploráveis como qualquer outro, seja um banco, uma multinacional, uma indústria, um clube de futebol ou uma empresa qualquer. Resumindo: é um mundo tão podre quanto qualquer outro.
Conversando em “off” com as pessoas envolvidas direta e indiretamente a ele, presenciando cenas e situações inacreditáveis e, ainda por cima, com um certo distanciamento, consegui montar na cabeça um quadro que me permite escrever algumas poucas linhas neste espaço.
Itens como “faturamento”, “público”, “repertório” e “relações profissionais/pessoais” são tratados de maneira muitas vezes nojenta por parte de artistas e empresários. Já escrevi isto algumas vezes e repito agora: se os fãs soubessem o que um artista pensa realmente a respeito de seu público, ninguém nunca mais sairia de casa para ir a um show ou comprar um disco no camelô da esquina.
Outra coisa: há uma enorme rivalidade dentro deste mercado. E isto não é somente protagonizado pelos próprios artistas e duplas, mas principalmente pelos “escritórios de agenciamento”, que detém os direitos de dezenas de nomes, famosos ou não, e que são administrados com mão de ferro por grupos de empresários muito próximos daquilo que a gente conhecia como “Máfia”.
É uma competição sem fim para ver quem faz mais shows, quem cobra os maiores cachês, qual turma é mais poderosa... Shows com pouco público ou eventos que fracassam são motivos de comemoração por “escritórios” rivais. A impressão que se tem é que esta competitividade desenfreada vai render algum prêmio em dinheiro ou troféu no final do ano. A vaidade, a ganância e o ego são muito mais importantes que a música em si.
Este tipo de cenário surgiu quando três “escritórios” diferentes resolveram se unir e montar uma turnê chamada “Amigos”, reunindo três das maiores famosas duplas dos anos 90 – Chitãozinho & Xororó, Zezé Di Camargo & Luciano e Leandro & Leonardo – e que acabaram monopolizando a atenção da maioria dos contratantes de shows do Brasil. E assim continuaria sendo, mas a morte precoce de Leandro fez o projeto ter um fim. Foi a deixa para que dezenas de outros “escritórios” fossem criados para capitalizar um mercado em expansão.
Para você ter uma ideia, o Brasil inteiro tem hoje um grupo de pouco mais de 20 contratantes poderosos, que monopolizam o esquema de contratações de artistas para os eventos mais importantes do ano. Somente os “escritórios” ligados a este grupo conseguem levantar uma boa grana no empresariamento de seus artistas, o que permite o pagamento do famoso “jabá”– agora conhecido eufemisticamente como “verba para divulgação” - para rádios e programas de TV, além de uma série de outras “regalias”. Quem está fora, fica com as migalhas...
É por isto que o tal de “sertanejo universitário” é um verdadeiro celeiro de músicas ruins e artistas sem talento. Todo mundo quer aparecer, pouco importa se por intermédio de uma música de baixíssima qualidade. O que vale é conseguir um hit, comprar um carro de luxo e contar com periguetes na porta dos camarins, implorando você sabe bem pelo quê. Ninguém pensa em uma carreira sólida a longo prazo. Ter “sucesso” hoje é um emprego, um negócio, de curtíssima duração.
É claro que tudo isto acontece nos bastidores. Nos programas de TV e nos shows todo mundo é “amigo”, todo mundo é “bacana”, todo mundo tem “música boa”, todo mundo tem “sucesso merecido”, uns dão tapinhas nas costas dos outros como se fossem todos de uma mesma família... Tudo isto emoldurado por sorrisos de plásticos tão falsos quanto uma nota de R$ 8. Vale qualquer coisa para esconder a realidade das fãs...
Você leu recentemente que o Fausto Silva descobriu um esquema dentro do programa dele – leia aqui– para beneficiar determinados artistas, que pagavam uma bela bolada para membros da produção? Já percebeu que duplas e artistas surgem e desaparecem em um piscar de olhos? Nunca reparou nisto? Então comece a prestar atenção...

Bon Jovi faz som para balzaquianas na menopausa.

 
A música do Bon Jovi sempre foi a epítome da “farofada” para meninas cheias de hormônios que enxergavam roqueiros cabeludos vestidos com roupas de couro e lantejoulas como seus príncipes encantados. Foi, claro, uma época em que as pessoas começaram a assistir videoclipes na TV, e a banda se aproveitou bem desta exposição midiática. Emplacaram várias canções dos álbuns Slippery When Wet e New Jersey nas paradas, cujos clipes eram quase onipresentes nas MTVs da vida.
Só que desde o pavoroso These Days, o som dos caras vem merecendo uma clausura no fundo de uma gaveta bem escura e cheia de mofo. A partir daquela época, gostar de Bon Jovi era assinar atestado de ‘mariquinha’ para os homens e de ‘patricinha metida a roqueira’ para as garotas – com toda a justiça, diga-se de passagem. Hoje, são aquelas mesmas fãs, agora tias balzaquianas na menopausa, com pêlos pubianos já grisalhos e cabelos tingidos com água de salsicha e cheio de reflexos, que ainda mantêm a banda na estrada, lotando os seus shows, mas não necessariamente comprando os seus discos mais recentes. Bem, pelo menos louve-se a fidelidade desta turma...
Você pode achar que minha relação com os discos do Bon Jovi seja mera perseguição, mas a verdade é que a música do grupo, que sempre foi uma piada de tão insípida, vem decaindo de maneira espetacular. Embora mantenha o grupo com um elenco relativamente pequeno, Jon Bon Jovi conta sempre com uma megaprodução de estúdio. Só que o som chega a ser pudico, tamanha é a caretice das canções. E com um agravante, que acompanha o grupo há muitos anos e se tornou ainda mais explícito no mais recente álbum da banda, What About Now: mais uma vez, Jon Bon Jovi pensa que é o Bruce Springsteen.
Ele bem que tenta imitar os mesmos maneirismos e linhas melódicas do “Boss”. O máximo que consegue em faixas como “Pictures of You”, “That's What the Water Made Me”, “What’s Left of Me”, “Beautiful World” e a faixa título é soar como um Bryan Adams com a garganta limpa depois de uma lavagem com pastilhas de hortelã.
Abrindo o disco com uma canção do tipo “vamos cantar todos juntos no estádio” tão fraca como “Because We Can” já dá para sacar a presepada toda que vem a seguir. É a deixa perfeita para injetar gasolina nas ofensas endereçadas à música deles. Aí na sequência vem uma patética tentativa da banda em soar como uma mistura do Oasis com o Red Hot Chili Peppers – é, acredite se quiser – em “I'm With You”. Tive que tentar beliscar meus olhos para me certificar que este troço é de verdade...
Quando a banda envereda por baladas mais fracas que sopa de albergue noturno, então... Aí é como um convite para a irritação por parte do ouvinte que tem mais de quatro neurônios em perfeito funcionamento. O “complexo de Springsteen” continua a rolar solto em babas como “Amen”, “Thick as Thieves”, “Room at the End of the World” e “Army of One”, só que com uma pitadinha de U2, o que torna tudo ainda mais patético. Já faixas como “The Fighter”, “With These Two Hands” e “Every Road Leads Home to You” são tão saborosas quanto uma coxa de galinha temperada com pó de tijolo.
A audição deste disco chega a ser macabra e, por fim, hilariante de tão ruim. Finalmente, o Bon Jovi virou o protagonista musical de uma carreira que sempre foi, ainda é e sempre será, uma comédia sem graça em termos musicais. E mais uma vez, agora com este What About Now a banda conseguiu gravar um álbum de comédia de humor negro, só que sem um pingo de humor.
Jesus Cristo, que troço horroroso... Se quiser ouvir o disco, ele está aí embaixo, na íntegra: