sexta-feira, 18 de julho de 2014

FUNKEIROS GANHAM ATÉ R$ 200 MIL POR MÊS E TORRAM TUDO COM UÍSQUE, CARRÕES E JOIAS



Para posar como "ricaços da música de periferia", característica do Funk Ostentação, jovens cantores de SP torram o faturamento de até R$ 200 mil por mês com carrões, bebidas, roupas e joias. Emprestam até grana para o "amigo do amigo". O dinheiro é fruto de uma agenda lotada de até 40 shows mensais, mas o custo para manter o personagem pode minar boas chances de poupança. O R7 conversou com os MCs Gui, Kelvinho e Back Di para mostrar que, apesar do sucesso, eles ainda comem fast food e dirigem seus carros em bairros com realidade bem diferente do que mostram em seus clipes. Nas imagens a seguir, descubra o patrimônio e como eles "cuidam" da grana

Com apenas 15 anos, MC Gui é um dos principais nomes do funk paulistano — e é um dos poucos que parece cuidar bem do seu dinheiro. Motivo? Marcação cerrada dos pais! Vaidoso, o garoto mostra à reportagem no quarto (foto) que divide com o irmão mais velho, coleções de boné, óculos e tênis. A paixão por roupas é tanta que ele resolveu investir no negócio e criou a loja virtual Star Gui. Entenda a seguir
Criada há cerca de um mês, a Star Gui vende, além de roupas multimarcas, moletons (R$ 99) e camisetas (R$ 39) com estampas personalizadas do MC Gui. O negócio é tocado pela família, assim com as finanças do menino prodígio. A mãe Claudice Alves confirma:

— Eu e o pai cuidamos do dinheiro, que na verdade ele [MC Gui] nem vê. Quando ele pede alguma coisa, a gente compra; quando ele quer o dinheiro, a gente dá 

Perguntado sobre os gastos do filho famoso, Claudice comenta que MC Gui “nunca pede muito dinheiro, no máximo R$ 100”. “Por mês?”, pergunta o repórter do R7. “Não, por dia”, responde a mãe, que completa:

— Ele não gasta porque tem tudo, anda bem arrumado
Apesar disso, MC Gui usa bem mais que os R$ 100 diários que costuma receber. Com seu trabalho, o garoto já presenteou a irmã com um Peugeot 208 (a partir de R$ 39 mil); o irmão de 16 anos com um Volkswagen New Beetle e os pais com uma Mitsubishi Pajero Sport usada.
Mão aberta, o adolescente afirma que nunca se arrependeu de suas compras, mas confessa que muitas delas ele não usa mais:

— Eu já comprei muita coisa que está parada, uma moto de R$ 3.000, um patinete de R$ 3.000... Eu tenho preguiça de arrumar.
Nascido e criado na zona Leste, MC Gui tira onda quando questionado sobre o assédio das mulheres e, perguntado sobre eventuais mudanças de hábitos após a fama, responde com seu jeito brincalhão:

— Mudei sim, agora só como Mc Donald´s!Com a prosperidade, o cachê de R$ 500 recebido pelo MC Gui no início da carreira ficou só na lembrança. Atualmente, a família passou a investir mais em segurança. A mãe do garoto comenta:

— Nós começamos a andar com segurança, estamos tendo mais cautela. Mas no geral está tranquilo
Com apenas 15 anos, MC Gui é um dos principais nomes do funk paulistano — e é um dos poucos que parece cuidar bem do seu dinheiro. Motivo? Marcação cerrada dos pais! Vaidoso, o garoto mostra à reportagem no quarto (foto) que divide com o irmão mais velho, coleções de boné, óculos e tênis. A paixão por roupas é tanta que ele resolveu investir no negócio e criou a loja virtual Star Gui. Entenda a seguir
Outro destaque do funk paulistano é o MC Kelvinho, que ao contrário do MC Gui administra sozinho a grana que tira nos seus shows — cerca de R$ 5.000 por cada apresentação, que podem chegar a 40 por mês 

— Eu cuido sozinho [do dinheiro]. Minha mãe dá uns toques, mas não mexe em muita coisa 
— Tem roupa que eu até já esqueci que tenho. Empresto para família, amigos... 
Além das roupas, o MC conta que empresta dinheiro para amigos, familiares e até “amigos de amigos”. Porém, teve uma vez em que acabou se dando mal.

— Eu já emprestei R$ 4.000 e o cara ainda não me devolveu Antes de entrar no funk, em 2007, Kelvinho dividia seu tempo entre aulas de coral e partidas de futebol (outra de suas paixões), nas quais jogava de lateral direito. Seguir carreira nos gramados, inclusive, era um de seus planos. Aos risos, ele brinca:

— Todo mundo se ilude
O funkeiro conta que não teve ajuda quando começou a cantar (“fui eu por mim mesmo”) e que torrou em bebidas os R$ 300 ganhos no primeiro show. No dia da entrevista ao R7, o MC disse que seu carro estava na oficina:

— Meu primeiro carro foi um Audi A3 e agora estou com um New Civic, mas já está batido (risos)  
Antes de ganhar destaque no funk paulistano, Kelvinho morava com a avó na Cohab 2, zona leste de São Paulo. Atualmente, ele vive com a mãe num sobrado de dois quartos não tão longe dali, em Itaquera. Apesar dos gastos com roupas e baladas, o MC diz que economiza boa parte do que recebe:

— Eu guardo [o dinheiro dos shows], senão a situação estaria trágica. 
Além do sobrado e dois carros, o MC comenta que planeja novos investimentos para o futuro: 

— Estou planejando comprar uma casa na baixada [santista, litoral sul de São Paulo] e outro apartamento aqui em São Paulo  
Com uma rotina tomada por shows — 30 a 40 por mês, segundo seu produtor —, Kelvinho conta que já levou até calote em uma de suas apresentações:

— Aconteceu uma vez [calote]. Fiz um show e o cara está me devendo até hoje R$ 2.000 
Outro destaque do funk paulistano é o MC Kelvinho, que ao contrário do MC Gui administra sozinho a grana que tira nos seus shows — cerca de R$ 5.000 por cada apresentação, que podem chegar a 40 por mês — Eu cuido sozinho [do dinheiro]. Minha mãe dá uns toques, mas não mexe em muita coisa
Para o consultor de finanças pessoais e diretor do Grupo Par, Marcelo Maron, a “imaturidade” é o grande problema para jovens que ganham muito dinheiro:

— Quando a pessoa ganha muito dinheiro no início da vida, ela não tem o menor garantia de quanto essa “festa” vai durar. Eu diria, sem medo de exagerar, que no mínimo 50% do que os funkeiros ganham deveriam ser investido em investimentos de longo prazo, nem que seja na própria educação  Para Maron, os funkeiros deveriam buscar uma orientação na hora de gastar suas granas e fazer investimentos duradouros. 

— Carros são itens de consumo e perdem valor em pouco tempo. Se eles [funkeiros] não têm conhecimento em finanças, que invistam em coisas simples, como uma previdência privada, imóveis O consultor financeiro conclui que os gastos mal realizados no início da carreira ultrapassa o universo do funk.

— A gente vê muitos MC’s que fizeram sucesso e passaram. O pior é voltar aos velhos hábitos, o que acontece até com pessoas mais velhas, independe da questão do funk. Não vejo muito sentido em ter na garagem um carro que custa quase o mesmo preço da casa  Famoso por músicas como “Nós Sabemos o que elas Gostam”, na qual canta versos como Nós já sabemos que elas quer oi quer andar de Santa Fé [carro importado], Kelvinho diz que lida bem com o assédio de mulheres interessadas em seu dinheiro. Questionado sobre o futuro, ele diz que pretende ampliar o repertório, atualmente focado no funk ostentação 

— Quero cantar outros tipos de funk tambémFunk ostentação que teve início, a propósito, com a música Bonde da Juju (2009), que faz referência à modelo Juliet, da grife de óculos de sol Oakley. Autor da letra ao lado do MC Bio G3, Back Di era grafiteiro e desenhava modelos de roupas para marcas de hip hop e skate, diz:

— Antes de cantar funk eu era artista plástico, mexia com grafiteAssim como o MC Kelvinho, Back Di lembra que torrou na mesma noite o primeiro salário que ganhou como funkeiro — no seu caso, cerca de R$ 700 em ingressos e bebidas no show do Racionais MC’s
Quando o assunto é dinheiro, Back Di não abre mão de cuidar da própria grana (ele fatura, em média, de R$ 4.000 a 7.000 num show em São Paulo), mas admite não ser muito de economizar:— Meu dinheiro eu mesmo administro, quem cuida melhor do seu dinheiro é você mesmo. A parte mais difícil de ter [dinheiro] é conseguir juntar 
Quando o assunto é dinheiro, Back Di não abre mão de cuidar da própria grana (ele fatura, em média, de R$ 4.000 a 7.000 num show em São Paulo), mas admite não ser muito de economizar:
— Meu dinheiro eu mesmo administro, quem cuida melhor do seu dinheiro é você mesmo. A parte mais difícil de ter [dinheiro] é conseguir juntar 
Prova desse estilo “gastão” de Back Di são os seus gastos e filosofia de vida:

— Eu gosto de viver bem, se eu tiver de gastar R$ 1.500 na balada por um momento legal, eu vou gastar mesmo. Graças a Deus eu tenho um carro pra andar, uma casa pra morar. Isso já é o suficiente, não quero ficar milionário   Contudo, o estilo mão aberta já fez o MC se arrepender de várias compras. Dono de dois modelos da Volkswagen (Golf e Gol), Back Di comenta que carros são o pior investimento para se fazer. 

— Você paga R$ 100 mil num modelo e vende por R$ 50 mil, além de vários outros custos. Acho o pior investimento, se eu pudesse voltar atrás pagaria R$ 3 na lotaçãoMorador de São Mateus, na zona Leste de São Paulo, o funkeiro já perdeu R$ 7.000 num único calote, prática da qual diz ter sido vítima “várias vezes”.

— É o que mais acontece. Chegou na hora do show e o contratante disse que a casa estava vazia. No dia seguinte, o pessoal veio me cobrar pelo Facebook dizendo que a casa estava lotada. Existem vários picaretas, vigaristas Back Di, de 29 anos, afirma que a preocupação com segurança entre os funkeiros aumentou após a morte do MC Daleste, em julho.

— É muito fácil você chegar na cara de quem não tem nada e falar “Eu tenho um carro de R$ 500 mil”. Isso gera uma inveja, e não é todo mundo que tem condição  Além da maior preocupação com segurança, Back Di afirma que o funk ostentação pode causar outros prejuízos:

— O pessoal tem que parar de mentir um pouco também, por que isso vai acabar prejudicando não só a nós, mas também vai acabar mexendo com a mente da molecada, que não tem um emprego legal e vai roubar para ter. A verdade é essa
R7



link:

http://www.cearaemrede.com.br/2013/08/funkeiros-ganham-ate-r-200-mil-por-mes.html

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