sexta-feira, 18 de julho de 2014

FUNKEIROS GANHAM ATÉ R$ 200 MIL POR MÊS E TORRAM TUDO COM UÍSQUE, CARRÕES E JOIAS



Para posar como "ricaços da música de periferia", característica do Funk Ostentação, jovens cantores de SP torram o faturamento de até R$ 200 mil por mês com carrões, bebidas, roupas e joias. Emprestam até grana para o "amigo do amigo". O dinheiro é fruto de uma agenda lotada de até 40 shows mensais, mas o custo para manter o personagem pode minar boas chances de poupança. O R7 conversou com os MCs Gui, Kelvinho e Back Di para mostrar que, apesar do sucesso, eles ainda comem fast food e dirigem seus carros em bairros com realidade bem diferente do que mostram em seus clipes. Nas imagens a seguir, descubra o patrimônio e como eles "cuidam" da grana

Com apenas 15 anos, MC Gui é um dos principais nomes do funk paulistano — e é um dos poucos que parece cuidar bem do seu dinheiro. Motivo? Marcação cerrada dos pais! Vaidoso, o garoto mostra à reportagem no quarto (foto) que divide com o irmão mais velho, coleções de boné, óculos e tênis. A paixão por roupas é tanta que ele resolveu investir no negócio e criou a loja virtual Star Gui. Entenda a seguir
Criada há cerca de um mês, a Star Gui vende, além de roupas multimarcas, moletons (R$ 99) e camisetas (R$ 39) com estampas personalizadas do MC Gui. O negócio é tocado pela família, assim com as finanças do menino prodígio. A mãe Claudice Alves confirma:

— Eu e o pai cuidamos do dinheiro, que na verdade ele [MC Gui] nem vê. Quando ele pede alguma coisa, a gente compra; quando ele quer o dinheiro, a gente dá 

Perguntado sobre os gastos do filho famoso, Claudice comenta que MC Gui “nunca pede muito dinheiro, no máximo R$ 100”. “Por mês?”, pergunta o repórter do R7. “Não, por dia”, responde a mãe, que completa:

— Ele não gasta porque tem tudo, anda bem arrumado
Apesar disso, MC Gui usa bem mais que os R$ 100 diários que costuma receber. Com seu trabalho, o garoto já presenteou a irmã com um Peugeot 208 (a partir de R$ 39 mil); o irmão de 16 anos com um Volkswagen New Beetle e os pais com uma Mitsubishi Pajero Sport usada.
Mão aberta, o adolescente afirma que nunca se arrependeu de suas compras, mas confessa que muitas delas ele não usa mais:

— Eu já comprei muita coisa que está parada, uma moto de R$ 3.000, um patinete de R$ 3.000... Eu tenho preguiça de arrumar.
Nascido e criado na zona Leste, MC Gui tira onda quando questionado sobre o assédio das mulheres e, perguntado sobre eventuais mudanças de hábitos após a fama, responde com seu jeito brincalhão:

— Mudei sim, agora só como Mc Donald´s!Com a prosperidade, o cachê de R$ 500 recebido pelo MC Gui no início da carreira ficou só na lembrança. Atualmente, a família passou a investir mais em segurança. A mãe do garoto comenta:

— Nós começamos a andar com segurança, estamos tendo mais cautela. Mas no geral está tranquilo
Com apenas 15 anos, MC Gui é um dos principais nomes do funk paulistano — e é um dos poucos que parece cuidar bem do seu dinheiro. Motivo? Marcação cerrada dos pais! Vaidoso, o garoto mostra à reportagem no quarto (foto) que divide com o irmão mais velho, coleções de boné, óculos e tênis. A paixão por roupas é tanta que ele resolveu investir no negócio e criou a loja virtual Star Gui. Entenda a seguir
Outro destaque do funk paulistano é o MC Kelvinho, que ao contrário do MC Gui administra sozinho a grana que tira nos seus shows — cerca de R$ 5.000 por cada apresentação, que podem chegar a 40 por mês 

— Eu cuido sozinho [do dinheiro]. Minha mãe dá uns toques, mas não mexe em muita coisa 
— Tem roupa que eu até já esqueci que tenho. Empresto para família, amigos... 
Além das roupas, o MC conta que empresta dinheiro para amigos, familiares e até “amigos de amigos”. Porém, teve uma vez em que acabou se dando mal.

— Eu já emprestei R$ 4.000 e o cara ainda não me devolveu Antes de entrar no funk, em 2007, Kelvinho dividia seu tempo entre aulas de coral e partidas de futebol (outra de suas paixões), nas quais jogava de lateral direito. Seguir carreira nos gramados, inclusive, era um de seus planos. Aos risos, ele brinca:

— Todo mundo se ilude
O funkeiro conta que não teve ajuda quando começou a cantar (“fui eu por mim mesmo”) e que torrou em bebidas os R$ 300 ganhos no primeiro show. No dia da entrevista ao R7, o MC disse que seu carro estava na oficina:

— Meu primeiro carro foi um Audi A3 e agora estou com um New Civic, mas já está batido (risos)  
Antes de ganhar destaque no funk paulistano, Kelvinho morava com a avó na Cohab 2, zona leste de São Paulo. Atualmente, ele vive com a mãe num sobrado de dois quartos não tão longe dali, em Itaquera. Apesar dos gastos com roupas e baladas, o MC diz que economiza boa parte do que recebe:

— Eu guardo [o dinheiro dos shows], senão a situação estaria trágica. 
Além do sobrado e dois carros, o MC comenta que planeja novos investimentos para o futuro: 

— Estou planejando comprar uma casa na baixada [santista, litoral sul de São Paulo] e outro apartamento aqui em São Paulo  
Com uma rotina tomada por shows — 30 a 40 por mês, segundo seu produtor —, Kelvinho conta que já levou até calote em uma de suas apresentações:

— Aconteceu uma vez [calote]. Fiz um show e o cara está me devendo até hoje R$ 2.000 
Outro destaque do funk paulistano é o MC Kelvinho, que ao contrário do MC Gui administra sozinho a grana que tira nos seus shows — cerca de R$ 5.000 por cada apresentação, que podem chegar a 40 por mês — Eu cuido sozinho [do dinheiro]. Minha mãe dá uns toques, mas não mexe em muita coisa
Para o consultor de finanças pessoais e diretor do Grupo Par, Marcelo Maron, a “imaturidade” é o grande problema para jovens que ganham muito dinheiro:

— Quando a pessoa ganha muito dinheiro no início da vida, ela não tem o menor garantia de quanto essa “festa” vai durar. Eu diria, sem medo de exagerar, que no mínimo 50% do que os funkeiros ganham deveriam ser investido em investimentos de longo prazo, nem que seja na própria educação  Para Maron, os funkeiros deveriam buscar uma orientação na hora de gastar suas granas e fazer investimentos duradouros. 

— Carros são itens de consumo e perdem valor em pouco tempo. Se eles [funkeiros] não têm conhecimento em finanças, que invistam em coisas simples, como uma previdência privada, imóveis O consultor financeiro conclui que os gastos mal realizados no início da carreira ultrapassa o universo do funk.

— A gente vê muitos MC’s que fizeram sucesso e passaram. O pior é voltar aos velhos hábitos, o que acontece até com pessoas mais velhas, independe da questão do funk. Não vejo muito sentido em ter na garagem um carro que custa quase o mesmo preço da casa  Famoso por músicas como “Nós Sabemos o que elas Gostam”, na qual canta versos como Nós já sabemos que elas quer oi quer andar de Santa Fé [carro importado], Kelvinho diz que lida bem com o assédio de mulheres interessadas em seu dinheiro. Questionado sobre o futuro, ele diz que pretende ampliar o repertório, atualmente focado no funk ostentação 

— Quero cantar outros tipos de funk tambémFunk ostentação que teve início, a propósito, com a música Bonde da Juju (2009), que faz referência à modelo Juliet, da grife de óculos de sol Oakley. Autor da letra ao lado do MC Bio G3, Back Di era grafiteiro e desenhava modelos de roupas para marcas de hip hop e skate, diz:

— Antes de cantar funk eu era artista plástico, mexia com grafiteAssim como o MC Kelvinho, Back Di lembra que torrou na mesma noite o primeiro salário que ganhou como funkeiro — no seu caso, cerca de R$ 700 em ingressos e bebidas no show do Racionais MC’s
Quando o assunto é dinheiro, Back Di não abre mão de cuidar da própria grana (ele fatura, em média, de R$ 4.000 a 7.000 num show em São Paulo), mas admite não ser muito de economizar:— Meu dinheiro eu mesmo administro, quem cuida melhor do seu dinheiro é você mesmo. A parte mais difícil de ter [dinheiro] é conseguir juntar 
Quando o assunto é dinheiro, Back Di não abre mão de cuidar da própria grana (ele fatura, em média, de R$ 4.000 a 7.000 num show em São Paulo), mas admite não ser muito de economizar:
— Meu dinheiro eu mesmo administro, quem cuida melhor do seu dinheiro é você mesmo. A parte mais difícil de ter [dinheiro] é conseguir juntar 
Prova desse estilo “gastão” de Back Di são os seus gastos e filosofia de vida:

— Eu gosto de viver bem, se eu tiver de gastar R$ 1.500 na balada por um momento legal, eu vou gastar mesmo. Graças a Deus eu tenho um carro pra andar, uma casa pra morar. Isso já é o suficiente, não quero ficar milionário   Contudo, o estilo mão aberta já fez o MC se arrepender de várias compras. Dono de dois modelos da Volkswagen (Golf e Gol), Back Di comenta que carros são o pior investimento para se fazer. 

— Você paga R$ 100 mil num modelo e vende por R$ 50 mil, além de vários outros custos. Acho o pior investimento, se eu pudesse voltar atrás pagaria R$ 3 na lotaçãoMorador de São Mateus, na zona Leste de São Paulo, o funkeiro já perdeu R$ 7.000 num único calote, prática da qual diz ter sido vítima “várias vezes”.

— É o que mais acontece. Chegou na hora do show e o contratante disse que a casa estava vazia. No dia seguinte, o pessoal veio me cobrar pelo Facebook dizendo que a casa estava lotada. Existem vários picaretas, vigaristas Back Di, de 29 anos, afirma que a preocupação com segurança entre os funkeiros aumentou após a morte do MC Daleste, em julho.

— É muito fácil você chegar na cara de quem não tem nada e falar “Eu tenho um carro de R$ 500 mil”. Isso gera uma inveja, e não é todo mundo que tem condição  Além da maior preocupação com segurança, Back Di afirma que o funk ostentação pode causar outros prejuízos:

— O pessoal tem que parar de mentir um pouco também, por que isso vai acabar prejudicando não só a nós, mas também vai acabar mexendo com a mente da molecada, que não tem um emprego legal e vai roubar para ter. A verdade é essa
R7



link:

http://www.cearaemrede.com.br/2013/08/funkeiros-ganham-ate-r-200-mil-por-mes.html

domingo, 13 de julho de 2014

Em abril de 1500 chega a esquadra portuguesa de Pedro Alvares Cabral em missão colonizadora, na futura Bahia. Provavelmente os índios excedem 2 milhões de habitantes. As músicas das muitas tribos são executadas em solos e coros, acompanhados pela dança, bater das palmas, dos pés, flautas, apitos, cornetas, chocalhos, varetas e tambores.


Primeiro contato dos índios com os portugueses

1538 Chegam os primeiros grupos de escravos trazidos da África para trabalhar na lavoura de algodão, tabaco e cana-de-açucar. Até o final do período de tráfego de escravos, em 1850, eles serão 3 milhões e meio no Brasil, trazendo suas músicas, danças, idiomas, macumba e candomblé – criando a base primordial de uma nova etapa fundamental na história inicial da música brasileira.

1549 Chegam as primeiras missões de jesuítas portugueses no Brasil. Além do catolicismo e dos princípios básicos de uma nova forma de civilização, os padres passam a introduzir as noções elementares da música européia aos índios e a apresentar seus instrumentos musicais, num primeiro contato importante de fusão e influências na nascente história da música brasileira.

1600 apesar da maioria da população de índios brasileiros ter sido praticamente dizimada pelos colonizadores portugueses, bandeirantes e contendores europeus, a música indígena e seus instrumentos deixam fortes influências em toda formação básica da história da música brasileira que se desenvolve – além de incorporar os primeiros traços da música portuguesa e européia –, numa cultura de transição e assimilações permanentes.

1630 a cultura musical africana dos escravos negros é preservada e desenvolvida através dos Quilombos – colônias de refugiados que resistem bravamente no interior do Brasil –, sendo o de Palmares, no interior do Estado de Alagoas, historicamente o mais importante, que durou um século, após ser destruído em fevereiro de 1694, por tropas do bandeirante Domingos Jorge Velho, após sete anos de ataques ininterruptos. O grande líder do Quilombo de Palmares é Zumbi, morto no ano seguinte. Surgem as primeiras novas formas de uma música afro-brasileira, que desenvolveria o afoxé, jongo, lundu, maracatu, maxixe, samba e outros gêneros futuros. 

 Zumbi dos Palmares

1650 A colonização portuguesa introduz largamente outros instrumentos europeus sofisticados como a flauta, violão, cavaquinho, clarinete, violino, violoncelo, harpa, acordeon, piano, bateria, triângulo e pandeiro. A partir dos rituais religiosos das missões jesuítas nascem os primeiros cultos folclóricos populares dos habitantes locais como o 'reisado' e o 'bumba-meu-boi'. A música sacra, as melancólicas baladas e as modas portuguesas contribuem para a formação da música brasileira.

1700 Em meados do século XVIII, surgem, no Rio de Janeiro e Bahia, as lendárias e divertidas músicas de barbeiros . São pequenos grupos musicais compostos de escravos negros barbeiros com tempo disponível para se dedicarem ao aprendizado de velhos e desgastados instrumentos musicais que lhe são passados. Segundo estudiosos, essa seria a primeira verdadeira manifestação de uma música popular brasileira instrumental de entretenimento público. Essas pequenas orquestras ambulantes, também chamadas de 'charangas' ou 'ritmos de senzala', muito requisitadas para festividades e procissões como a do Domingo do Espírito Santo, tocavam flauta, cavaquinho, violas, rabeca, trompa, pistão, pandeiro, tamboril, machete, e interpretavam – muito à sua maneira livre – fandangos, dobrados, quadrilhas, lundus e polcas num repertório bem diverso. Da música desses deselegantes mas charmosos barbeiros descalços, nasceriam os 'ternos', as bandas de coreto, as militares e o choro. Elas existiriam até meados do século seguinte.

1750 Surge até então o mais importante gênero musical – a modinha –, criado em Portugal, e responsável pelos aspectos melódicos e românticos na música brasileira, de grande influência até a Nova República, no início do século XIX. Detalhe: em 1755, Salvador tinha 37.543 habitantes.

1770 A partir dessa década, com o avanço do processo de urbanização, intensifica-se a produção musical religiosa (lírica) na América Portuguesa, no Brasil, também importante para o futuro próximo da música popular, com vários autores nacionais como Inácio Parreiras Neves (1730-1791), Manoel Dias de Oliveira (1735-1813), José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita (1746-1805), Francisco Gomes da Rocha (1754-1808), André da Silva Gomes (1752-1844) e outros. 

José Joaquim Emerico Lobo de Mesquita

1780 Outra importante forma musical – consta do primeiro registro escrito de referência do lundu africano no Brasil – gênero musical trazido dos escravos bantos do Congo e Angola –, e que seria amplamente popularizado. O estilo de música é descrito como uma dança lasciva com suas umbigadas. É um dos elementos embrionários de formação do futuro samba. A partir do começo do século XIX, o lundu apresenta variantes como o miudinho, a tirana tipo espanholada, o fado batido e a chula. Seu apogeu vai do começo de 1800 à 1920, sendo o músico popular Xisto Bahia (1841-1894) o mais importante compositor do gênero. Detalhe: no Rio de Janeiro, existem 43.400 habitantes.

1786 Registro do primeiro grande desfile de carnaval, no Estado da Guanabara, em comemoração ao casamento do Príncipe D. João (futuro D. João VI) com a Princesa Carlota Joaquina. Nos dias 2 e 4 de fevereiro, o tenente Antônio Francisco Soares prepara seis grandes carros alegóricos – Cavalhadas Sérias, Baco, Cavalhadas Jocosas, Mouros, Júpiter e Vulcano – todos ricamente desenhados e ornamentados com alguns deles soltando fogos e jorrando vinho aos milhares de presentes. Os carros são puxados por cavalos e burros, com muitos elementos de harmonia, comissão de frente, fantasias, alegorias e os embrionários passistas. Mas, os desfiles de carnaval já eram conhecidos desde meados do século XVII.

1831 Os grandes proprietários latifundiários criam a Guarda Nacional, cujos músicos militares fardados passam a incluir em seus repertórios oficiais, além dos hinos-marchas e dobrados, trechos de música popular e de música clássica. Surgimento dos Coronéis do Sertão nordestino. 1840 Primeiro baile de máscaras, no Rio de Janeiro, no dia 22 de janeiro, no baile do Hotel Itália, na posterior Praça Tiradentes, numa bem-sucedida tentativa da alta sociedade da época, de D. Pedro II, de importar o estilo do carnaval de salão de Veneza.

1845 No dia 3 de julho, é apresentada pela primeira vez a polca, no Teatro São Pedro, no Rio de Janeiro. Dança rústica da Boêmia – parte do império austro-húngaro e atual província da Checoslováquia –, a polca chega à capital Praga em 1837, e se transforma em dança de salão. Depois da apresentação brasileira, a polca vira a nova febre carioca com a formação da Sociedade Constante Polca, em 1846. Além de dança de salão, o gênero invade teatros e ruas, tornando-se popular através dos próximos grupos de choro e grupos carnavalescos. Os maiores compositores de polca são Ernesto Nazaré (1863-1934), Calado (1848-1880), Anacleto de Medeiros (1866-1907), Irineu de Almeida (1890-1916), Henrique Alves de Mesquita (1830-1906) e Miguel Emídio Pestana (fins do séc. XIX e inícios do séc. XX). Foi o gênero básico de apoio para outras fusões musicais com o lundu, o fadinho e os motivos militares.

 Teatro São Pedro - RJ

1859 Surgem os primeiros bondes puxados à cavalo, no Rio de Janeiro, que passariam a integrar definitivamente as multifacetadas culturas populares e musicais dos diversos bairros e lugarejos da grande cidade, transformando a expressão musical local num enorme caldeirão de novos estilos e experimentos, principalmente com relação ao carnaval. Em 1892, surgem os primeiros bondes elétricos. Eles exercem uma forte influência de inspiração musical para compositores populares e o teatro de revista. Já totalmente suplantados pelo automóvel, que cresceria em importância como meio de transporte nos anos 30, os bondes desapareceriam em 1964, quando a cidade do Rio de Janeiro é toda pavimentada para as festividades de seu IV Centenário.

1870 Data de registro do primeiro rancho carnavalesco surgido no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro, de nome Dous de Ouro, formado por nordestinos, antigos escravos e filhos de escravos baianos. Pioneiros da época ainda relataram o Rancho da Sereia, formado por sergipanos e alagoanos, rivais dos baianos, como o rancho anterior ao Dous de Ouro. Os ranchos carnavalescos surgiram inspirados nas procissões folclóricas religiosas dos Ranchos dos Reis Nordestinos.

Por volta de 1890, existem mais de dez ranchos carnavalescos cariocas. A partir de então, esboça-se os primeiros traços do samba através do batuque de origem africana. Em 19 de março, na Itália, estréia no lendário Teatro Scala de Milão, a obra máxima do maestro-compositor brasileiro paulista Carlos Gomes (1836-1896) – a ópera O Guarani –, baseado na romance de José de Alencar, com libreto inicial do poeta Antonio Scalvini, concluído por Carlo d'Orneville. O sucesso e impacto de O Guarani levou o compositor e maestro Giuseppi Verdi ao comentário entusiasmado de que Carlos Gomes era de fato um "vero genio musicale". Depois de encenada 12 vezes no Scala, a ópera percorre toda a Europa com grande sucesso. Com ela, pela primeira vez, nascia o Brasil para o mundo musical . Em 2 de agosto, Carlos Gomes regressa ao Brasil como um verdadeiro herói, e prepara sua ópera – já com a famosa protofonia, não apresentada na Europa, e que se tornaria como um segundo hino nacional – no Teatro Lírico Fluminense, no dia 2 de dezembro, em homenagem ao aniversário de Dom Pedro II. Carlos Gomes foi, sem dúvida, o maior compositor das Américas no século XIX.

 Antônio Carlos Gomes

1875 Diretamente da então Cidade Nova e dos lendários cabarés da Lapa, no Rio de Janeiro, nasce o maxixe – a primeira dança de par e gênero musical modernos genuinamente brasileiros. Ele surge da mistura do lundu com o tango argentino, a habanera cubana e a polca. O maxixe foi considerado tão escandaloso e polêmico quanto o lundu há quase 100 anos atrás pela extrema sensualidade de sua dança e pelo uso freqüente da gíria carioca quando cantado. A complexidade de seus passos parafusos, quedas, saca-rolha, balão, corta-capim, carrapeta (etc.), marcaria o fim do gênero musical em meados do século seguinte. Detalhe: as quadrilhas se transformam em exclusivas e pitorescas danças folclóricas de São João.

1880 No Rio de Janeiro, acontece a época áurea dos 'entrudos' (do latim introitus), uma herança genuinamente portuguesa dos primeiros blocos de foliões de rua (formados pela população migratória rural nordestina) que antecede e prenuncia o surgimento dos blocos de carnaval, inicialmente conhecidos como cordões. Os arruaceiros entrudos não são bem aceitos – pela nova sociedade carioca que se estabelece – pela violência de suas manifestações, cujos participantes esguicham jatos d'água em bisnagas, jogam baldes d'água, limões de cheiro e atiram farinha na cara dos transeuntes como forma de diversão.

1880 Surge o choro (chorinho), no Rio de Janeiro, através de pequenos grupos instrumentais formados por modestos funcionários dos Correios e Telégrafos, da Alfândega e da Estrada de Ferro Central do Brasil, que se reúnem nos subúrbios cariocas com suas flautas, cavaquinhos e violões. A mágoa e a nostalgia deram o nome ao gênero, sendo a improvisação sua condição básica. No começo da República, outros instrumentos seriam incorporados. As festas das quais os chorões participavam já eram chamadas de pagodes. Os músicos Joaquim Antônio da Silva Calado (1848-1880) e o flautista Viriato Figueira da Silva (1851-1883) são dois de seus criadores. Outros grandes chorões: Chiquinha Gonzaga (1847-1935), Anacleto de Medeiros (1866-1907), Irineu Batina (1890-1916), Mário Cavaquinho (XIX-XX), Sátiro Bilhar (?-1927), Candinho Trombone (1879-1960), Ernesto Nazaré (1863-1934) e Pixinguinha (1897-1973). Esta é também a época das serenatas de fins de noite. 

 Viriato Figueira da Silva

1889 Antecedendo o surgimento das orquestras, é a época do apogeu das bandas e fanfarras da República Velha como a Banda do Corpo Policial da Província do Rio de Janeiro, a Banda do Corpo de Marinheiros, a Banda da Guarda Nacional, a Banda do Batalhão Municipal, a popular e sempre simpática Banda do Corpo de Bombeiros (dirigida por Anacleto de Medeiros [1866-1907]) e a Banda do Batalhão Municipal.

1890 Surge o frevo em Recife, Pernambuco. Um dos mais importantes gêneros musicais e danças do país. O frevo nasce da polca-marcha e tem sua linha determinada pelo capitão José Lourenço da Silva (Zuzinha), maestro ensaiador das bandas da brigada militar de Pernambuco. Como dança de multidão, o ritmo é frenético e contagiante, de coreografia individual improvisada e inspirada na capoeira, apoiada no uso de sombrinhas e guarda-chuvas. Detalhe: no Rio de Janeiro, a população atingia a marca de 522.651 habitantes.

1899 No Rio de Janeiro, por solicitação dos crioulos integrantes do cordão Rosas de Ouro, a pioneira compositora carioca de classe média Chiquinha Gonzaga (1847-1935) – a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil (em 1885) –, compõe a primeira marcha carnavalesca da história da música brasileira chamada "Ô Abre Alas", um enorme sucesso e de grande influência na consolidação das bases iniciais da música popular brasileira.
      
Chiquinha Gonzaga

1900 Depois de um longo período de recusa e hostilização por parte da elite brasileira, os rituais e – principalmente – os ritmos do candomblé e umbanda são oficialmente aceitos como parte integrante da cultura brasileira. Preservam-se as músicas, escalas musicais, instrumentos como agogô, cuíca, atabaque, e suas ricas bases polirítmicas. O Brasil republicano continua recebendo a primeira grande e importante leva de imigrantes europeus e asiáticos como italianos, alemães, japoneses, libaneses, aumentando a miscigenação e a influência musical desses povos em sua música.

1902 Acontece a primeira gravação para um disco brasileiro, com o famoso tema lundu intitulado "Isto É Bom", escrito pelo músico baiano Xisto Bahia (1841-1894) e cantado por Baiano (Manuel Pedro dos Santos, 1870-1944), para a gravadora Casa Edison.

1910 Respectivamente, são construídos os dois dos mais importantes teatros no Brasil – o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, e o Teatro Municipal de São Paulo.

Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Teatro Municipal de São Paulo

1913 Em São Paulo, registra-se uma modalidade de samba tipicamente paulista – herdeiro do batuque – chamado Samba-de-Pirapora, ou Samba-de-Campineiro, principalmente em quatro importantes centros urbanos da capital como na Barra Funda, Bela Vista (no Bexiga) – nas festas de Nossa Senhora de Achiropita, no dia 15 de agosto, na Rua 13 de Maio –, na baixada do Glicério e Bosque da Saúde. A cidade de Pirapora foi o mais importante centro de encontro e difusão do samba paulista – nas festas de Bom Jesus, no mês de agosto –, também conhecido como samba-de-bumbo, onde reuniam-se numerosos músicos predominantemente negros vindos de Campinas, Barueri, Tietê e cidades vizinhas. Diferente do Rio, em São Paulo, não se usava o samba para os desfiles de carnaval dos cordões e ranchos, mas sim as marchas-ranchos e o choro. Os paulistas somente aderem ao samba, no carnaval, no fim dos anos 20.

1914 Em São Paulo, no dia 12 de março, é fundado o Grupo Carnavalesco Barra Funda, precursor da Escola de Samba Camisa Verde e Branco, que também ia regularmente aos encontros e festejos de Pirapora, no interior do estado. O pioneiro grupo paulista tinha apenas doze integrantes vestidos de camisas verdes, calças brancas e chapéus de palha – tocavam um pandeiro e chocalhos de madeira com tampinhas de garrafas de cerveja. Durante a Primeira Grande Guerra, e pela primeira vez em sua história, a música brasileira chama a atenção da Europa com o estilo embrionário e provocativo do samba – o maxixe –, que se torna um dos maiores sucessos de dança no velho continente até 1922.

Embora tenha surgido desde meados do século passado, é somente neste ano que as chamadas canções sertanejas se popularizam entre as classes média e alta, a partir da toada "Cabocla di Caxanga", de João Pernambuco (1883-1947) e Catulo da Paixão Cearense (1886-1946), dois dos maiores nomes na história do gênero.

A partir de 1920, o termo é designado por compositores profissionais urbanos para identificar as estilizações de ritmos rurais que abrangiam modas, toadas, cateretês, chulas, batuques e emboladas. De acordo com os primeiros estudiosos do estilo, música sertaneja poderia também compreender o xaxado, o baião e toda manifestação musical das regiões Norte-Nordeste, produzida no sertão e longe da cultura das grandes cidades. O gênero ficaria fortemente associado ao estilo caipira das modas de viola. Dos pioneiros da música sertaneja de raiz, ou música caipira, destacam-se Tonico e Tinoco, Cascatinha & Inhana ("Índia"), Inezita Barroso, Pena Branca e Xavantinho, Alvarenga e Ranchinho, Matogrosso e Matias, Irmãs Galvão, os comediantes Jararaca e Ratinho, Cornélio Pires, Ariovaldo Pires, Raul Torres, Teixeirinha ("Churrasquinho de Mãe") e outros.

Tonico & Tinoco

1917 Considerado o nascimento oficial do samba, a gravação de "Pelo Telefone", de Donga (1889-1974) e Mauro de Almeida (1882-1956), na voz de Bahiano, alcançou enorme sucesso nacional e estabeleceu novos padrões para as canções de carnaval. Este típico samba carioca, que mistura maxixe com frases rítmicas do folclore baiano, mais tarde espalha-se pelo Brasil e domina o carnaval. Nessa fase, os principais compositores são Sinhô (1888-1930), Ismael Silva (1905-1978) e Heitor dos Prazeres (1898-1966). A partir da década de 20, surgem vários e diferentes tipos de samba. No carnaval da época, o compositor, instrumentista e arranjador Pixinguinha (1897-1973) grava o seu primeiro disco, de maxixes, pela Odeon. Ele é o músico mais importante a estabelecer as bases da música popular e do choro, um recém-criado estilo de música brasileira instrumental (1880) com características de improvisação semelhante à do jazz.

1920 No Rio de Janeiro, quase no final da década, surgem as primeiras escolas de samba, que já haviam sido esboçadas desde o surgimento dos entrudos, dos ranchos carnavalescos e dos cordões fantasiados. A primeira escola de samba – a Deixa Falar – surgiu no Largo do Estácio, no antigo Rio. Surgem também os primeiros moradores das favelas cariocas e do assim chamado 'samba do morro'. Popularizam-se no Rio, e em São Paulo, o gramofone, as vitrolas, as orquestras de cinema mudo, posteriormente o próprio cinema falado e – principalmente – as primeiras gafieiras que tocavam sambas, maxixes, marchas, jazz e valsas. Logo surgiriam as jazz-bands brasileiras como a Orquestra Pan-Americana, American Jazz-Band, de Silvio de Sousa, Jazz-Band Sul-Americana, de Romeu Silva e outras mais. Tudo isso impulsiona em muito a divulgação da música brasileira.

Antecedendo a bossa nova, surge o samba-canção, um tipo mais lento, melancólico e romântico, orquestral e instrospectivo do gênero, também conhecido como samba de meio do ano, ou seja, aquele lançado depois dos sambas de carnaval. Sob forte influência do bolero, o samba-canção se firmaria mesmo a partir de 1930. Seus primeiros compositores foram Joubert de Carvalho, Henrique Vogeler, Heckel Tavares e Sinhô. Os maiores intérpretes são Francisco Alves, Orlando Silva, Dolores Duran, Marlene, Isaura Garcia, Elizeth Cardoso, Zezé Gonzaga, Dalva de Oliveira, Caubi Peixoto, Angela Maria e Maysa. O primeiro grande sucesso do gênero é "Linda Flor" (Ai, Ioiô), de 1929, composta por Vogeler, Luís Peixoto e Marques Porto, gravado por Vicente Celestino e Araci Cortes. Outros como "Último Desejo", de Noel Rosa; "Eu Sinto Uma Vontade de Chorar", de Dunga; "Menos Eu", de Roberto Martins e Jorge Faraj – e muitos mais. 

 Noel Rosa

1922 Na polêmica e então contestada Semana de Arte Moderna de 22, idealizada inicialmente por Graça Aranha e Ronald de Carvalho, mais precisamente entre 11 e 18 de fevereiro, no Teatro Municipal de São Paulo, um dos fatos marcantes do irreverente movimento de cunho antropofágico nacionalista, que buscava, numa primeira tentativa no país, uma identidade própria para a cultura brasileira, foi a apresentação do compositor erudito-popular e regente carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959), diante da orquestra, trajado a rigor mas calçando chinelos, interpretado como ato de ousadia quando, na verdade, estava doente de um pé.

1926 Em novembro, no Teatro Municipal de São Paulo, acontece o famoso recital da paulista Guiomar Novaes (1894-1979), magnífica pianista de impressionante carreira internacional que durante anos fez contraponto com a colega erudita carioca Magdalena Tagliaferro (1894-1986) – outra espetacular pianista de projeção mundial. Guiomar Novaes já havia sido um dos grandes destaques na Semana de Arte Moderna de 22, interpretando Villa-Lobos, no mesmo Teatro Municipal de São Paulo.

A mais importante soprano lírica da história da música brasileira – Bidu Sayão (1902-1998) – rouba a cena da temporada no Teatro Municipal de São Paulo e abre a temporada lírica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Ela começava a pronunciar-se com o requinte e a beleza que a tornariam uma estrela internacional durante décadas.

 Bidu Sayão

Em 1935, seria escolhida pelo lendário regente Arturo Toscanini (1867-1957) a integrar a Orquestra Filarmônica de Nova York. Em 1938, cantaria para o Presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt, na Casa Branca, em Washington D.C. Em 1995, seria homenageada pela escola de samba carioca Beija-Flor, de Nilópolis.

1930 Acontece o primeiro grande sucesso do sambista carioca de Vila Isabel Noel Rosa (1910-1937) – "Com Que Roupa", já com toda sua proverbial verve crítica e humorística sobre a vida carioca, marca registrada de toda sua obra. Em 1931, viriam "Eu Vou Pra Vila", "Gago Apaixonado", "Malandro Medroso" e "Quem Dá Mais". Em 1932, conheceria o compositor Vadico, um de seus mais importantes parceiros, com quem faria alguns de seus maiores sambas como "Feitio de Oração" (1933), "Feitiço da Vila" (1934), "Conversa de Botequim" (1935) e muitas outras. Sua maior intérprete seria mesmo a cantora 'malandra' Araci de Almeida (1914-1988), desde 1935, sendo que ela, ao regravá-lo em 1950, traria à luz a importância incontestável desse monumental sambista. De saúde muito debilitada durante sua vida inteira, Noel Rosa morreria jovem, aos 26 anos, no dia 4 de maio de 1937, mas deixaria um impressionante repertório de 230 composições. É um nome obrigatório no registro da história da música popular brasileira. Época áurea do rádio com seus populares programas ao vivo de música de auditório, no Rio de Janeiro, com Ary Barroso (na lendária Rádio Mayrink Veiga), e outros em São Paulo – e as disputas acirradas entre orquestras, os 'cantores do rádio' (Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas e demais) e as 'rainhas do rádio', sendo as cantoras Emilinha Borba e Marlene as maiores. Ao mesmo tempo em que a época do rádio marcaria o declínio do choro, esse estrondoso fenômeno musical de massa teria a sua própria decadência com o fim da era das grandes orquestras no Brasil e a chegada da televisão, em 1950. 

Ary Barroso

1938 Período em que o compositor e regente Heitor Villa-Lobos (1887-1959) compõe a Bachiana no. 5 – da célebre série de 9 – para canto e orquestra de violoncelos, sendo esta a mais admirada e tocada de todas, tendo sido, por vários anos, um dos discos mais vendidos nos Estados Unidos. Na época, porém, foi muito atacado pelos críticos brasileiros por este conjunto de obras inspiradas na atmosfera musical de Johann Sebastian Bach (1685-1750), considerado pelo autor um manancial folclórico universal, intermediário de todos os povos. Os críticos consideraram As Bachianas um recuo na obra de quem havia escrito os famosos 14 Choros – escritos de 1920 a 1929 –, obras compostas na inspiração de suas longas viagens por quase todo o Brasil (e seus sertões), durante anos, e por sua paixão e convivência prolongada com os "chorões" cariocas. Ainda que As Bachianas representassem uma valiosa experiência de justaposição de certos ambientes harmônicos e de contrapontos de algumas regiões do Brasil ao estilo de Bach, os Choros foram tidos como um rico material inato para a criação da música autenticamente brasileira. Mas, por toda sua gigantesca obra deixada e seus empreendimentos didáticos sociais, Villa-Lobos é considerado o mais importante gênio musical do continente, no século XX, dotado de uma chama criadora extraordinária que atravessou fronteiras, empolgou críticos e multidões, superando todos os preconceitos.

1939 A primeira e mais importante música exportada aos Estados Unidos e Europa é "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso (1903-1964), e que inaugura o gênero samba-exaltação. A música foi gravada por Araci Cortes e depois por Cândido Botelho e Francisco Alves. O Estado Novo ditatorial e nacionalista de Getúlio Vargas, que muito apreciou esse novo tipo de samba, por motivos óbvios e pelo alcance internacional, passa a recomendar aos compositores populares que abandonem o tema da malandragem carioca em suas músicas. Inspirado na típica figura do Rio de Janeiro, e a partir da 'política de boa vizinhança americana', o desenhista Walt Disney viria ao Brasil criar o personagem Zé Carioca.

 
Francisco Alves

1940 No Teatro Municipal do Rio de Janeiro, acontece a primeira regência do maestro e compositor cearense Eleazar de Carvalho (1912-1996). Em julho de 1943, fez sua estréia como regente, no Teatro Municipal de São Paulo, que foi outro grande acontecimento destinado a entrar para a história. Graças ao seu empenho e dedicação, Eleazar teria mais tarde seu nome profundamente ligado ao Teatro Municipal de São Paulo, por décadas.

1941 A cantora, atriz e bailarina, nascida em Portugal, Carmem Miranda (1909-1955) é a primeira grande artista brasileira a atingir sucesso internacional. Além de atuar e cantar sambas vestida de baiana estilizada com uma fruteira tropical como chapéu, lançando moda nos Estados Unidos como a Brazilian Bombshell do momento, Carmem Miranda foi um dos maiores ícones mundiais da época, participando, em Hollywood, de filmes como "Serenata Tropical" (Down Argentine Way, de Irving Cummings, 1940), "Uma Noite No Rio" (That Night In Rio, de Irving Cummings, 1941), "Entre a Loura e A Morena" (The Gang's All Here, de Busby Berkely, 1943), "Copacabana", ao lado de Groucho Marx, de Alfred E. Green, 1947 – e outros mais.

1943 Em Hollywood, o cineasta e desenhista norte-americano Walt Disney inclui a música "Aquarela do Brasil" , de Ary Barroso, alterando o título para "Brazil", e versão em inglês, com grande sucesso em seu desenho, "Alô Amigos" (Saludo Amigos). O samba-exaltação torna-se praticamente um segundo hino brasileiro e abre definitivamente as fronteiras do mundo para a música brasileira.

1946 A música "Baião", do pernambucano Luiz Gonzaga (1912-1989) – com letra de Humberto Teixeira –, desponta de Norte a Sul do país com a força de um novo estilo musical revolucionário urbano derivado da música de raízes rurais e folclóricas nordestinas. No começo dos anos 50, Luiz Gonzaga é o grande responsável pelo nascimento do baião e por abrir caminho para novos nomes da música nordestina e influenciar a música popular do Sul-Sudeste do país nos anos 60-70. Até o surgimento da bossa nova, o baião foi o gênero musical brasileiro mais influente no exterior. 

 Luiz Gonzaga

1950 Muitos afirmam que a vindoura bossa nova nasceria das reuniões de músicos, como Johnny Alf e João Donato, que participavam das chamadas samba sessions, no Sinatra-Farney Fan Club, no Rio de Janeiro. Das jam sessions na boate Plaza, em Copacabana, a partir de 1955, com Luiz Eça, Milton Banana, Alf, Donato e outros. O termo bossa nova, derivado da popular gíria carioca 'bossa', já era conhecido desde os anos 40. No Rio de Janeiro, proliferam-se as recentes boates onde pequenos conjuntos instrumentais fazem as primeiras misturas de jazz e samba.

1955 Com fortes ecos dos Estados Unidos e Inglaterra, o rock'n'roll aterrisa incipiente no país através de versões, quando Nora Ney grava a versão "Rock Around The Clock". A primeira grande estrela do gênero é Celly Campelo (1942-) com os hits "Estúpido Cupido" e "Banho de Lua" já no início dos anos 60. O rock'n'roll populariza-se com outras versões de sucessos norte-americanos, por Nick Savóia e Ronnie Cord (1943-). Outros nomes são Tony Campello, irmão de Celly, Wilson Miranda, Sérgio Murillo e demais. Logo depois, seria totalmente absorvido e adaptado pelo movimento jovem guarda. Em maio, com a gravação de "Saudosa Maloca" pelo grupo Demônios da Garoa, Adoniran Barbosa (1910-1982) firma o seu estilo peculiar que o tornaria célebre como o mais fiel cronista das camadas populares paulistanas, inspirando-se no linguajar dos diferentes grupos de imigrantes, predominantemente o italiano. Outros grandes sucessos de Adoniran Barbosa foram: "O Samba do Arnesto" (com Alocim), "Tiro Ao Álvaro" (com Osvaldo Moles), e o enorme sucesso de "Trem das Onze", de 1964, novamente com os Demônios da Garoa. Em 1974, lançou seu primeiro LP solo como cantor. É tido como o maior compositor popular da capital de São Paulo, e recebeu grande homenagem, em 1980, num show com Elis Regina, Djavan, Clementina de Jesus, Clara Nunes, MPB-4, Carlinhos Vergueiro, Gonzaguinha, Vânia Carvalho, e os grupos Talismã e Nosso Samba. A indústria fonográfica brasileira já representa um dos mais importantes segmentos econômicos do país – começa-se a instituir a pesquisa de mercado para aferição do gosto público. 

 Demônios da Garoa

1958 O disco da cantora Elizeth Cardoso, 'Canção do Amor Demais', com a primeira gravação do futuro clássico "Chega de Saudade" (Antonio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes), e participação especial do baiano João Gilberto no violão, inaugura oficialmente a bossa nova. Mas, seis meses depois, no dia 10 de julho de 1958, o tema surgeria em sua forma definitiva no disco de 78 rpm de João Gilberto – "Chega de Saudade" – já com o seu violão revolucionário (também conhecido como "violão gago") e seu jeito realmente bossa nova e pioneiro de cantar.

1959 A primeira introdução internacional da bossa nova acontece através da trilha sonora do filme "Black Orpheus" - a partir da suite musical de Vinícius de Moraes -, do diretor francês Marcel Camus, vencedor do grande prêmio do Festival de Cannes e Melhor Filme Estrangeiro do Oscar, no mesmo ano.



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http://ipinose-total-3h.blogspot.com.br/p/historia-da-musica-brasileira-de-1500.html

Conheça os salários inacreditáveis de alguns funkeiros



Você pode não gostar de funk, mas certamente iria adorar o ritmo caso ganhasse as mesmas cifras que os famosos do gênero.
Por  em 

Ah, o funk carioca! Um afluente cultural surgido diretamente na periferia do Rio de Janeiro que acabou tomando proporções avassaladoras a ponto de criar até subgêneros de canções. Com letras baseadas em realidade social, desejos de posses materiais de carros, roupas e outras formas de riquezas, passando por temáticas sexuais altamente explícitas, os cantores de funk são chamados de “funkeiros”.
E quem pensa que tomar partido em um conjunto de funk não compensa financeiramente pode começar a ensaiar umas batidas diferentes e fazer algumas composições. Os ícones brasileiros de funk recebem salários simplesmente astronômicos, pelo menos em relação ao que a maioria das pessoas poderia imaginar.
Para se ter uma idéia: o rapaz “Vitinho” é o compositor da música “Sou fod@” (você pode conferir o lindo clipe clicando aqui e dar boas risadas). Depois de abocanhar um prêmio no Video Music Brasil 2010, Vitinho recebe mensalmente até R$ 8 mil apenas relativos aos direitos autorais de sua criação.
Em outras palavras, ele escreveu uma canção sem muita profundidade e basicamente pode ficar vendo TV o dia inteiro e ainda assim ganhar uma quantia razoável para continuar fazendo isso, sem se preocupar muito com nada.
Bom, sem entrar no mérito de gosto ou de qualidade, o fato é que muita (mas muita mesmo) gente gosta de funk. E, de acordo com as leis de mercado, o gênero movimenta uma quantidade enorme de dinheiro. Confira os valores que os principais funkeiros ganham:

Mr. Catra

Fonte da imagem: Reprodução/YouTubeO padrinho da maioria dos funkeiros, que movimenta multidões em todo o Brasil, cobra aproximadamente R$ 30 mil para realizar um show. Esse valor multiplicado por uma média de 10 a 12 apresentações por semana dá ao pai de vinte e tantos filhos um montante mensal de quase R$ 1,4 milhão.

Naldo

Fonte da imagem: Reprodução/YouTubeO rapaz que reapresentou ao país o hábito de colocar água de coco em whisky ou vodka (“pra mim tanto faz..."), cobra o astronômico valor de R$ 120 mil para fazer um show. Levando em conta que ele faz até 35 apresentações mensais, Naldo fatura incríveis R$ 4,2 milhões por mês!

Anitta

Fonte da imagem: Divulgação/CenaPopA musa atual e mulher mais cobiçada do funk nacional moderno cobra cerca de R$ 60 mil para realizar um show. Valendo-se de toda sua sensualidade, Anitta realiza até 32 apresentações por mês, contabilizando no final do período um total de quase R$ 1,9 milhão.

MC Guime

Fonte da imagem: Reprodução/YouTubeUm dos porta-vozes do chamado funk ostentação, Guime cobra “apenas” R$ 12 mil para fazer seu show. Pelo fato de a apresentação ser um pouco mais curta do que o convencional, o rapazinho chega a fazer até 50 shows em um mês, faturando a cifra de até R$ 600 mil.

MC Gui

Fonte da imagem: Reprodução/YouTubeOutro dos “novinhos” que são adeptos de uma vertente mais pop de funk, MC Gui cobra míseros R$ 3 mil por show, fazendo cerca de 50 apresentações mensais. Ao final do mês, o garoto ganha um salário de gente grande: em torno de R$ 120 mil.

Valesca Popozuda

Fonte da imagem: Reprodução/94fmDouradosA siliconada Valesca Popozuda, ex-líder da Gaiola das Popozudas, mistura um pouco de cada estilo com seu jeitinho de fazer funk e cobra R$ 4 mil para fazer uma apresentação. Como a especialista em dançar e rebolar no palco tem em média 35 shows em um mês, é possível garantir que a moça arrecada no mínimo R$ 140 mil mensais.
Enfim, se você está estudando muito atrás de uma profissão que pague muito bem, talvez seja uma boa ideia arriscar uns pitacos no mundo do funk. Quem sabe não dá certo?

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Música

‘Taylor Swift é uma mulher de meia-idade em um corpo de 24 anos’, diz Ed Sheeran

 Ed Sheeran, apontado como novo affaire de Selena Gomez
 Ed Sheeran, apontado como novo affaire de Selena Gomez (Christopher Polk/Getty Images)
A jovem Taylor Swift vai completar 25 anos em 2014, no entanto, para o cantor Ed Sheeran, as atitudes e costumes da cantora são típicas de alguém que tem o dobro de sua idade. “Ela é uma mulher de meia-idade presa em um corpo de 24 anos”, disse o britânico em entrevista à revistaTime.
O comentário foi feito quando o britânico contou do presente recebido da cantora: um quadro bordado por ela com a letra de uma música do rapper Drake. “Ela anda por aí com o seu gato e costurando coisas”, disse. 

O cantor, por sua vez, disse que sua idade mental varia dependendo do dia e do que está fazendo. “Posso ter 8 ou 80 anos. Se estou trabalhando, sou muito focado, mas quando estou com meus amigos, volto a ser jovem”, contou o músico, que lançou esta semana seu segundo disco de estúdio.

link:
http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/taylor-swift-e-uma-mulher-de-meia-idade-presa-em-um-corpo-de-24-anos-diz-ed-sheeran

Lorde é mais um embuste para tapar buraco no pop



Ella Maria Lani Yelich-O'Connor é uma menina neozelandesa de 18 anos. Isto não significaria nada para você se não fosse o fato de que ela atende pelo nome artístico de “Lorde” e é uma das inúmeras 'sensações instantâneas' que o show business inventa de tempos em tempos para ganhar uns trocados em cima de gente incauta. “Artistas” que jamais fizeram o tradicional rito de passagem pelos palcos, entrando diretamente dentro de um estúdio para gravar canções compostas por outras pessoas, tudo embaladinho e pronto para ser desovado no mercado.
Depois do tremendo fracasso que foi a tentativa de emplacar um embuste como Lana Del Rey, derrubada depois de uma desastrada apresentação no programa Saturday Night Live em 2012, que apenas evidenciou que ela era apenas um fantoche pseudoclassudo cantando como se estivesse dopada por anestésicos para búfalos. Era uma questão de tempo surgir alguém com as mesmas características. A diferença é que o disco de estreia da Lorde é apenas um pouquinho melhor do que se poderia esperar de uma outra picaretagem.
A fórmula básica é espertíssima: criar a impressão de que Lorde é fã de Katy Perry e Gary Numan ao mesmo tempo. Pode até que ser que seja, mas eu duvido. Pure Heroine abre com “Tennis Court”, uma bem sucedida união entre os elementos citados acima. Se “400 Lux” e “Still Sane” seguem a mesma fórmula, canções como “Royals”, “Glory and Gore” e “Buzzcut Season” soam como se Florence & The Machine participasse de um tributo eletrônico ao Simple Minds. Em “Ribs”, “Still Sane” e “Team”, a tal da Lorde imita descaradamente os vocais de Lana Del Rey em um tema lúgubre/dançante cujo arranjo asséptico evidencia ainda mais a comparação entre ambas.
E é exatamente aí que a ficha cai: você tem a impressão de ter passado o tempo todo ouvindo a mesma música, que é exatamente a sensação que se tem quando ouvimos o Born to Die da Lana Del Rey. Fica muito claro que Pure Heroine quer continuar a partir do mesmo ponto em que o péssimo disco de sua ‘antecessora’ travou.
É por isto que venho dizendo que as pessoas hoje em dia andam ouvindo música como “trilha sonora” para outras coisas que estejam fazendo. É esta a proposta de Lorde e seus produtores. Não adianta nem mesmo botar uma bateria com timbre “vintage” em “White Teeth Teens” e nem terminar o disco com uma canção climática e deprê como “A World Alone”. O disco inteiro foi especialmente forjado para sonorizar a lavagem de sua louça suja na pia, os preparativos para uma balada, as carícias preliminares ou um café da manhã depois do sexo matinal. Tanto faz.
É, a música pop já teve dias melhores...





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